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19 maio, 2011

Discurso de Paraninfo 2010

16 de Setembro de 2010
Discurso de Paraninfo: M.Sc Armando Heilmann
Formandos: Engenharia de Produção - FACEAR

No dia 05 de Março de 2007, quando entrei na sala de aula desta turma pela primeira vez, observei com afinco cada um dos alunos, que hoje aqui estão presentes, e como resposta naquela ocasião, recebi olhares de desconfiança quem sabe quanto ao professor que naquele momento os fitava, quiçá quanto ao futuro daquele curso de engenharia de produção!

Exatamente 90 minutos depois, ao final da aula, quase como em sincronia, fui cumprimentado por alguns alunos que espantados declararam..ali..um juízo mal estabelecido de imediato quanto “aquele” professor...e expressavam “agora” sua imensa satisfação com a aula ministrada, exaltando um interesse nobre, a partir daquele momento, pela disciplina...e fitando estes alunos nos olhos novamente, recebi como resposta um “obrigado pela aula”.

Pronto....estava estabelecido o vínculo Professor – Aluno que seria, com muito sucesso e respeito, fortemente regado pelo conhecimento e aprendizado pelos próximos 3 anos e meio.

Para corresponder à consideração por vocês e à imensa honra que me é delegada, preparei esta Última Aula.....a Última Lição.


Onde uns só vêem dor e frustração; outros, basicamente se beneficiam dos erros de muitos para mudar e vencer na vida de uma forma inesperada. Diante disto eu gostaria de contar a história de Jim Reid, publicada no jornal The New York Times em 1995.
Jim Reid era inspetor no parque de atrações da Disney World em 1971. Seu salário era de 250 dólares por semana. Foi ali que conheceu Beverly, uma garota que trabalhava para a companhia telefônica e com a qual se casou.
Jim, com o apoio da esposa, aprendeu a mergulhar e adotou como hobbie o mergulho em lagos pequenos, até que um dia resolveu mergulhar num lago de um campo de golfe, só para ver o que encontrava.
Ficou surpreso com o que encontrou,...pasmo...o fundo estava repleto de milhares de bolinhas de golfe. Examinou com cuidado e notou que a maioria estavam como novas. Então contatou o administrador do clube de golfe, que ofereceu-lhe dez centavos por cada bolinha em perfeito estado.

No dia seguinte Jim pegou mais de 2.000 bolinhas, que representaram um ganho quase igual a seu salário de uma semana.... Decidiu deixar seu emprego e dedicar-se por completo ao produtivo negócio do resgate de bolinhas de golfe...segundo ele, ouro branco.

- "Sentia-me um pouco incomodado", comenta Jim. "Quando me perguntavam em que eu trabalhava, respondia que me dedicava a entrar em lodaçais para recuperar bolinhas de golfe".....mas Jim não desistiu.


Todos os dias chegava em casa com o porta malas do carro carregado com bolinhas de golfe, e limpava-as na lavadora de roupas da esposa.

Com o tempo, motivado pela esposa que não gostaria de ver sua lavadora de roupas quebrada...provou diversos métodos. Tentou lavar as bolinhas com uma betoneira, mas este procedimento desgastava os sulcos nas bolinhas, o que danificava a eficiência aerodinâmica durante as tacadas...então comprou uma lavadora de roupas nova para a esposa...já que a primeira estava comrpometida.

A notícia correu e outros mergulhadores começaram a se interessar por esta atividade. Jim comprava as bolinhas que resgatavam. Logo tinha um tráfego constante de caminhões que chegavam com bolinhas velhas e cobertas de lodo e voltavam ao comércio com um carregamento de bolinhas renovadas.

Quando Jim Reid renunciou ao seu trabalho na Disney World, calculou que teria que encontrar 2.500 bolinhas de golfe por semana para ganhar o mesmo.
Com o tempo, sua empresa, chamada Companhia Recicladora de Bolas de Golfe Segunda Oportunidade, recebia entre 80.000 e 100.000 bolinhas ao dia, algumas procedentes de lugares tão longínquos como o Hawai. Em 1993 teve rendimentos brutos de mais de 1 milhão de dólares.

A única coisa que podia prejudicar à empresa é que alguma das companhias fabricantes lançasse no mercado bolinhas flutuantes, mas esta idéia Jim jamais comentou com ninguém...apostava que a maioria das 200 milhões de bolinhas de golfe continuariam fazendo parte da estatística das “bolinhas perdidas no fundo dos lagos”....
Em maio de 1994, (23 anos depois!) Jim Reid, vendeu sua empresa por 5,1 milhões de dólares a Sport Supply Group, uma companhia de Dallas. Aposentou-se aos 50 anos e junto com sua família, dedicou grande parte de seu tempo a realizar cruzeiros às inúmeras ilhas parasidíacas a bordo de seu iate, que ele carinhosamento batizou de, "O ladrão de bolinhas".

- "Talvez algum dia eu aprenda a jogar golfe, um esporte que jamais pratiquei, mas ao qual devo muito".
Estamos todos certos da qualidade profissional e competitiva que todos vocês adquiriram nesses 4 anos...e certos do sucesso que cada um deverá atingir, assim como Jim Reid atingiu o seu... a pergunta que vocês devem se fazer todos os dias é: Qual seria, verdadeiramente, a missão de um engenheiro?

Talvez o mais fascinante da profissão do engenheiro seja precisamente Saber Fazer as Perguntas Corretas....perguntar os “porquês”, ir além do senso comum, fazer o que nunca foi feito, adquirir as ferramentas para reinventar o mundo.
A grande tarefa de vocês é “desconstruir” o mundo, é levantar hipóteses é se questionar se não é possível ir um pouco além de seus próprios limites, é acreditar em você mesmo quando todos lhe desacreditam..... A nobreza do nosso trabalho não está apenas em construir prédios ou computadores. A nobreza da missão é “desconstuir” a realidade como a conhecemos, é questionar o que muitos aceitam como certo, é usar os cálculos e as fórmulas para lembrar que não existe verdade absoluta.
Depois de incontáveis noites de estudo, provas de cálculo, física, elétrons, estatísticas,....depois de vários churrascos de turma,...depois de tanta insatisfação com as notas, amigos ou professores,...depois de ser testado, avaliado e questionado,..depois de perder um final de semana com seus amigos, esposas, esposos, filhos....mais uma lição....................................Permita-se Ousar.

John Kennedy em 1961, então presidente dos EUA, nunca se deixou abater pela descrença em suas ambições como presidente da república....entre meio a desafios para ver quem fincaria primeiro a bandeira de um País em solo lunar..proferiu uma das mais celebres frases de otimismo e visionária: - Nós decidimos ir e voltar da Lua nesta década, e faremos isto não porque é uma decisão fácil, mas porque ela é difícil.
Uma frase que se aplica muito bem a essa situação é a do dramaturgo britânico Bernard Shaw, o mesmo que atribui todo o progresso do mundo aos homens insensatos.
- As pessoas estão sempre culpando as circunstâncias pelo que elas são.
- Eu não acredito em circunstâncias. As pessoas que dão certo na vida são aquelas que, quando acordam, procuram pelas circunstâncias que desejam. Se não as encontram, eles as criam.
Um dos maiores compositores franceses, Guy Béart, não por coincidência um engenheiro civil formado na melhor escola de engenharia da França, disse que, para ser feliz, o homem deve ter pequenos desejos cotidianos, que ele pode realizar, e um grande projeto, que o faça sempre sonhar.
Por Isso....“Sonhe –Ouse – Conquiste!”

A engenharia é uma das áreas do país mais carentes de mão-de-obra qualificada. Segundo estatísticas.. o Brasil comporta atualmente mais de 1.500 cursos de engenharia. Mais de 300 mil estudantes estão matriculados nestes cursos. No entanto, em média, menos de 15 alunos se formam por curso e 60% daquele contingente se evade ao final do segundo ano, justamente por não ter formação adequada para acompanhar as exigências de um curso com alto teor de disciplinas tecnológicas.

Hoje ter formação de nível superior consistente não é garantia de um bom desempenho no mercado de trabalho: o engenheiro tem de se preparar para atuar em escala global e ter flexibilidade para entender a dinâmica dos mercados globais e isso vai além das habilidades e competências aprendidas nas disciplinas acadêmicas tradicionais.

A engenharia de produção surgiu nos EUA entre 1882 e 1912 com o advento da produção de carros em massa, difundida por Henry Ford. No Brasil, a Engenharia de Produção foi introduzida em 1959 pela Escola Politécnica da USP tendo como cenário o forte processo de industrialização vivido pelo país na época.

A Faculdade Educacional de Araucária orgulha-se em ter participado na formação da primeira turma de engenheiros de Produção a despontar para o mercado com as competências e habilidades creditadas durante os semestres.

Eu por fim, sinto-me orgulhoso por tê-los cometido traçar e ultrapassar os desafios encontrados nos anos iniciais..., inicialmente como alunos, depois como acadêmicos e por fim como profissionais.


Sucesso e Obrigado.

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