Texto adaptado! |
Um texto postado por um doutor em educação pela USP aponta muito bem as diversas formas de nos dirigirmos ao professor(a), quantas formas podemos chamar um professor?
Maneira antiga era chamar a professora de "tia". Se a escola é continuação da família, a professora é a segunda mãe. Paulo Freire se revoltou: "tia não". Alunos não são parentes. Tia recebe presente, tia a gente não esquece, tia a gente respeita. Tia podia (hoje não pode mais) até dar umas palmadas, porque a mãe apoiava e até incentivava.
É comum entre alunos mais velhos chamar o professor de mestre. Mesmo que não tenha mestrado. A nisso certamente o educador Paulo Freire estaria de acordo, porque o mestre tem respostas, conta parábolas, transmite conteúdos e experiências. Mesmo com doutorado, mestre será sempre mestre. Mestre tem algo de maestro, de harmonizador. Mestres mostram o caminho, merecem homenagem.
No internetês e no diálogo entre estudantes do ensino médio e universitários de hoje, professor é prof. No entanto os processos educacionais afirmam que Prof não tem o ponto de prof., é interrupção abrupta, interrupção ou preguiça, ou então sinal de intimidade. Prof pode chegar ao mínimo, ao prô. Embora ser prô não diminui o professor e valha para professora e professor, possui uma conotação pouco valorosa, uma profissão comum de se alcançar.
Há ainda os que chamam professor de teacher. Mesmo que o aluno não saiba inglês, pede ao teacher alguma explicação. Teacher não é deste país, nem deste mundo. Engraçado alguém se referir ao teacher que ministra aulas de língua portuguesa...
E o professor que se chama professor. Professor porque sabe professar o que conhece. Há quem diga que professor é nome menor. Segundo as correntes pedagógicas o correto mesmo seria chamarmos de educador, porque educador vai mais longe, não está preso entre as quatro paredes da sala de aula.
Existe a forma condenável que é chamar o professor pelo nome de batismo. É o João, o Marcos, a Beatriz, a Inês, cidadãos dedicados à tarefa de ensinar, mas que dispensam seus títulos. Não serão "senhor" ou "senhora". Informalmente serão o que são, pessoas que descobriram sua vocação, mas que por serem chamados pelo nome passa a conotação de que sua função é pouco reconhecida. Professor é professor, pelo menos dentro da sala de aula, e não João, Marcos, Beatriz ou Inês apenas. São estes as nossas referências diárias e é para isso que serve os pronomes de tratamento.
Não tenhamos medo da palavra "vocação". Vocare, no latim, é chamar. Professor é aquele que se sente chamado a dialogar com os alunos. Aluno, por sua vez, procede de outro verbo latino, alere, referente à alimentação. Aluno se alimenta das palavras do professor, de sua capacidade para transformar conhecimento próprio em descobrimento do outro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário