Seriados de TV que mostram como crimes são investigados apresentaram ao público as perícias criminais e glamorizaram os peritos.
Nessas séries, todos os casos são solucionados pela perícia, que é
chamada por alguns especialistas de a "rainha das provas". É como se
qualquer crime, desde o furto do estepe de um carro até uma chacina,
pudesse ser esclarecido a partir dela.
Em um mundo ideal, isso até poderia ser verdade. Na realidade, porém,
está longe de acontecer. Faltam estrutura e profissionais bem treinados
no mundo inteiro.
Em 2011, em uma visita a São Paulo, o detetive norte-americano Joseph
Blozis, que já foi perito criminal da polícia de Nova York, disse que o
"CSI" da TV é pura fantasia, e o mundo real é bem mais complicado mesmo
por lá.
O perito criminal é uma pessoa com grande conhecimento técnico
científico ou artístico, capaz de esclarecer fatos de interesse judicial.
Compõem o corpo de peritos, profissionais das áreas de física, química,
biologia, contábeis, ciência da computação, geologia, odontologia, farmácia,
bioquímica, mineralogia e engenharia, devido a variabilidade de áreas de atuação.
As atribuições do perito criminal são:
periciar locais de crimes ou desastres, objetos, veículos, documentos, moedas,
mercadorias, produtos químicos, tóxicos, exames balísticos, instrumentos utilizados
na prática de infrações, exames de DNA, bem como a realização de todas as
investigações necessárias à complementação dessas perícias, para fins jurídico-legais.
Na criminalística, se usa várias áreas do conhecimento humano, entre eles estão os
da física , neste caso chamado de Física Forense, que de acordo com Negrini Neto (2002)
“é a parte da Física destinada à observação, análise e interpretação dos fenômenos físicos
naturais de interesse judiciário”, essenciais na elucidação de vários eventos, tais como:
A cidentes de trânsito
Balística Forense, que compreende o estudo das armas de fogo, suas munições e
perícias.
Documentoscopia Forense , que verifica se houve falsificação ou alteração de um
documento.
Fonética Forense , que a parte da criminalística que busca determinar a autenticidade
de arquivos de áudio apresentados aos aplicadores da Lei.
No Brasil, levantamento feito pelo Ministério da Justiça divulgado na
semana passada mostra que a situação não é nada animadora. Aqui, são os
Estados e o Distrito Federal os responsáveis por criar e estruturar os
Institutos de Criminalística, órgãos responsáveis pelas perícias.
Interessado em fazer um diagnóstico sobre o setor, o governo federal
mostrou estar chocado com o resultado. Das 27 unidades da federação,
apenas 11 têm equipamentos para reconhecimento facial, em seis não há
laboratórios de DNA e em outros seis não é possível fazer exames
toxicológicos -análise fundamental para detectar o uso de drogas ou
veneno.
Esse levantamento do ministério não avalia a situação das pesquisas
sobre perícias. Apenas pincela outra informação que chama a atenção: a
maioria dos profissionais que passou por cursos de atualização ou
capacitação são chefes. Quem está na linha diferente, com a mão na
massa, nem sempre é treinado.
Assim, um laboratório focado na pesquisa forense cria uma expectativa de
melhora no cenário. Se o que está planejado for entregue, haverá um
considerável avanço.
Por enquanto, o glamour fica só para a telinha.
Fonte: Folha on line
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